Purificação de biogás: tecnologia, mercado e o papel dos adsorventes avançados

O avanço das tecnologias de purificação de biogás representam um dos pilares mais promissores da transição energética industrial. Com o aumento da demanda global por fontes renováveis e o crescimento acelerado do mercado do biometano, o setor energético passa a enxergar o biogás não apenas como um subproduto do tratamento de resíduos, mas como uma alternativa sólida aos gás combustíveis fósseis.

No entanto, transformar biogás bruto em biometano de alta pureza exige precisão técnica, controle rigoroso e tecnologia de adsorção de ponta — fatores que têm colocado a engenharia de processos e a escolha de adsorventes industriais no centro das decisões estratégicas.

Zeólitas 11 de novembro de 2025 - 6 min de leitura
Publicado por: ana clara

O crescimento do biogás e do biometano

Nos últimos anos, o Brasil tem consolidado uma posição estratégica na produção de biogás, impulsionado principalmente pela agroindústria e pelos resíduos urbanos. De acordo com o Panorama do Biogás no Brasil 2022, publicado pelo CIBiogás, o país já supera 2,8 bilhões de Nm³/ano em potencial energético instalado, com tendência de crescimento contínuo nos próximos anos.

A Associação Brasileira do Biogás (ABiogás) projeta que, até 2030, a produção nacional de biometano poderá atingir 30 milhões de m³/dia — o equivalente a mais de 10 bilhões de Nm³/ano —, posicionando o Brasil entre os maiores produtores globais de gás renovável.
Esse avanço está diretamente ligado às metas de descarbonização e à busca por fontes sustentáveis de energia térmica e combustível industrial.

O biometano, resultado direto da purificação de biogás, já começa a substituir o gás natural em redes de distribuição e frotas industriais. Entretanto, para atingir os padrões de pureza exigidos pela ANP — especialmente em relação a H₂S, CO₂ e compostos orgânicos voláteis — é necessário aplicar tecnologias de purificação de alta eficiência e adsorventes com seletividade molecular comprovada.

Desafios técnicos na purificação de biogás

O biogás é uma mistura complexa formada principalmente por metano (CH₄) e dióxido de carbono (CO₂), além de traços de contaminantes como H₂S, NH₃, siloxanos e vapor d’água. Esses compostos, ainda que presentes em baixas concentrações, têm alto potencial corrosivo e podem danificar tubulações, válvulas e catalisadores.

O processo de purificação de biogás deve, portanto, garantir três pilares fundamentais:

  1. Eficiência energética: máxima recuperação de metano, com o mínimo consumo de energia.
  2. Segurança operacional: remoção completa de compostos tóxicos e corrosivos.
  3. Estabilidade de processo: controle preciso dos ciclos de adsorção e regeneração.

Em plantas de produção de biometano, qualquer desvio nesses parâmetros pode comprometer a conformidade ambiental e elevar significativamente o custo operacional.

Tecnologias de purificação: PSA, VSA e adsorção seletiva

Entre as tecnologias mais consolidadas para a purificação de biogás, destacam-se os sistemas de Pressure Swing Adsorption (PSA) e Vacuum Swing Adsorption (VSA). Ambos se baseiam na capacidade de materiais adsorventes em capturar seletivamente moléculas indesejadas sob determinadas condições de pressão e temperatura.

No PSA, o gás passa sob alta pressão por colunas recheadas com adsorventes — geralmente zeólitas — que retêm CO₂, H₂O e H₂S, liberando CH₄ purificado. No VSA, o processo ocorre a pressões mais baixas, com regeneração facilitada por vácuo.

A diferença entre as duas tecnologias está na estratégia de operação: o PSA privilegia rendimento e velocidade; o VSA, economia e simplicidade.

Além disso, tecnologias híbridas vêm ganhando espaço, combinando adsorção e membranas seletivas para maximizar a eficiência de separação. Em todas elas, a escolha do adsorvente é determinante para a estabilidade e a pureza do biometano final.

Critérios técnicos na escolha de adsorventes

Nem todo material é adequado para aplicações de purificação de biogás. A performance depende da composição do biogás, da seletividade eletrostática e da resistência mecânica do adsorvente.

As zeólitas sintéticas — especialmente as séries 13X e JLOX — e as peneiras moleculares de carbono, destacam-se por sua alta capacidade de adsorção de CO₂, N₂ e H₂S, além de excelente regenerabilidade e resistência.

Outros critérios igualmente relevantes incluem:

  • Capacidade de adsorção específica: determina a eficiência da separação, ou a seletividade de um adsorvente de interagir com uma molécula específica.
  • Resistência a altas pressões: fundamental para que o material suporte as variações de pressão e dure diversos ciclos por ano
  • Granulometria uniforme: assegura fluxo laminar, boa compactação e evita quedas de pressão.

A escolha correta do adsorvente não apenas melhora o desempenho técnico, mas reduz custos indiretos com manutenção e trocas prematuras.

O papel estratégico da Montecristo e da Jalon

A Montecristo atua como parceira técnica de referência no fornecimento de soluções para purificação de biogás, representando com exclusividade no Brasil a linha de adsorventes da Jalon, líder global em zeólitas e peneiras moleculares.

Essa parceria combina tecnologia de ponta, controle de qualidade rigoroso e suporte técnico especializado, oferecendo ao mercado brasileiro materiais otimizados para processos PSA, VSA, TSA e separações criogênicas.

O diferencial da Montecristo está em unir estoque local com consultoria técnica aplicada — uma abordagem que reduz o tempo de resposta e assegura que cada cliente tenha a formulação de adsorvente mais adequada às condições do seu processo.

Do dimensionamento do leito à validação em campo, a empresa atua lado a lado com engenheiros e operadores, garantindo performance contínua e conformidade com as normas da ANP e dos órgãos ambientais.

Da eficiência à transição energética: o futuro da purificação

A purificação de biogás não é apenas um requisito técnico, mas um vetor de transformação industrial. Ao converter resíduos em energia limpa, o biometano consolida-se como um dos combustíveis mais promissores para a descarbonização da matriz energética brasileira.

No entanto, seu avanço depende da capacidade das indústrias de adotar soluções de alta confiabilidade, apoiadas por fornecedores que dominam tanto a ciência dos materiais quanto a dinâmica operacional de grandes plantas.

É nesse ponto que a Montecristo se posiciona — conectando inovação, engenharia e sustentabilidade para tornar o biogás uma fonte renovável viável, segura e economicamente competitiva.

Entre em contato com nossa equipe técnica e descubra como nossos adsorventes de alta performance podem elevar a eficiência dos seus sistemas de purificação e impulsionar sua transição energética.